Não há nada como um filme ousado o suficiente para puxar o tapete debaixo de você. Esses filmes fazem o público pensar que entende o que está acontecendo, até que tudo muda com uma reviravolta chocante no meio. Os verdadeiramente inesquecíveis transformam a experiência visual em algo icônico, deixando queixos no chão e pipocas espalhadas pelos assentos.
Da cena crítica em Psicopata à revelação alucinante em Parasitaas melhores e mais chocantes reviravoltas intermediárias da trama utilizam habilmente a técnica de contar histórias para emocionar e surpreender os fãs. Com isso acontecendo no meio dos filmes, o público pode aproveitar o passeio, à medida que os filmes giram rapidamente e contam um lado totalmente novo da história depois de chocar a todos profundamente.
From Dusk Till Dawn (1996) – Eles estão cercados por vampiros
Pode nem sempre ser citado junto com os filmes que definiram a década dos anos 90, mas uma coisa Do anoitecer ao amanhecer sempre será conhecido por sua reviravolta descarada no ponto médio. Dirigido por Robert Rodriguez e escrito por Quentin Tarantino, o filme começa como um thriller policial com os notórios irmãos Gecko – Seth (George Clooney) e Richie (Tarantino) – enquanto eles escapam da lei após um sangrento assalto a banco. Eles sequestram o pregador Jacob Fuller (Harvey Keitel) e seus filhos, forçando a família a contrabandeá-los para o México. O grupo para no selvagem bar Titty Twister, onde o clima muda drasticamente quando é revelado que os funcionários e clientes do bar são, na verdade, vampiros sedentos de sangue. Veja a carnificina: presas e membros decepados aparecem enquanto os irmãos Gecko e os Fullers unem forças para sobreviver à noite.
Do anoitecer ao amanhecer pode ter parecido um thriller policial simples, mas a reviravolta o coloca diretamente no território da comédia de terror. O resto do filme é repleto de um caos monstruoso, com a mudança tonal selvagem provando ser uma aposta que compensa espetacularmente. A audácia dos cineastas resulta em um soco perversamente divertido que ainda deixa os fãs sorrindo várias décadas depois.
The Crying Game (1992) – Dil é transgênero
Diretor Neil Jordan O jogo do choro começa como um tenso thriller político, com Fergus (Stephen Rea), membro do IRA, encarregado de proteger Jody (Forest Whitaker), um soldado britânico sequestrado. Durante os problemas irlandeses, Jody pede a Fergus para encontrar sua namorada, Dil (Jaye Davidson), se alguma coisa acontecer com ele. Infelizmente, quando a tragédia acontece, Fergus cumpre o desejo de Jody e acaba se apaixonando por Dil. A reviravolta – que Dil é transgênero – destrói a percepção cuidadosamente construída de Fergus sobre ela e empurra a história para um território desconhecido.
A atuação de Jaye Davidson como Dil é crucial para o sucesso do filme, com seu carisma e personagem desenvolvido garantindo que a reviravolta não seja apenas um momento de “pegadinha”, mas sim um convite para desafiar noções preconcebidas. O jogo do choro aborda o então controverso tema com sensibilidade, retratando Dil como um personagem com agência e não apenas um artifício de enredo. Essa reviravolta icônica na trama do filme perdura porque não se trata de valor de choque, mas de desafiar preconceitos – ela carrega uma mensagem que ainda é relevante hoje.
Gone Girl (2014) – A verdade sobre o plano de Amy
Uma adaptação satisfatoriamente precisa do romance homônimo de Gillian Flynn de 2012, Garota desaparecida inicialmente parece ser um mistério de assassinato onde o marido da esposa é o principal suspeito. Depois que Nick Dunne (Ben Affleck) descobre que sua esposa, Amy (Rosamund Pike), desapareceu no quinto aniversário de casamento, as evidências se acumulam contra ele. Com a polícia encontrando mais pistas e a mídia retratando-o como um marido abusivo em um casamento em ruínas, as coisas não parecem muito boas para Nick. Em uma reviravolta chocante, Amy revela estar viva e bem. Além do mais, ela não é uma vítima e orquestrou meticulosamente uma trama de vingança destinada a incriminar Nick por assassinato.
O diretor David Fincher é a combinação perfeita para o romance de Flynn, com o cineasta imbuindo o filme de 2014 com suas marcas registradas sombrias. Rosamund Pike também receberia elogios da crítica por seu papel, com o ator impecavelmente escalado para o papel da vilã e de sangue frio Amy. Após o choque de perceber que Amy está viva, o resto do filme recontextualiza habilmente a primeira metade da história, mostrando o que é possível com uma reviravolta intermediária bem projetada.
Parasita (2019) – A descoberta do morador do porão
Parasita é uma obra-prima moderna premiada que dispensa apresentações. Dirigido por Bong Joon-ho, o filme sul-coreano conquistou o mundo depois de sua estreia em 2019 e se tornou sinônimo de sua impressionante reviravolta intermediária. O filme começa com a desprivilegiada família Kim, que se infiltra astuciosamente na vida da rica família Park, fazendo-se passar por trabalhadores qualificados. Vivendo sob o luxuoso teto da família Park, os Kim deleitam-se com os despojos de sua decepção. Mas então chega o momento que tudo muda: a casa aparentemente idílica da família Park esconde um porão secreto onde o marido da ex-governanta, Geun-sae (Park Myung-hoon), mora há anos.
Seguindo a reviravolta, Parasita torna-se uma batalha de sobrevivência entre os personagens empobrecidos, que ficam ainda mais desesperados para manter o conforto da casa dos Parks. Ela se transforma de uma história bastante inocente em um comentário severo sobre a guerra de classes e a desigualdade. A reviravolta sugere literalmente que há sempre algo escondido sob a superfície polida da sociedade, com os “que não têm” quase sempre se encontrando (literalmente) abaixo dos “ricos”.
Psicose (1960) – a morte chocante de Marion Crane
A maior conquista do diretor Alfred Hitchcock, Psicopataé um clássico por um motivo. O filme segue Marion Crane (Janet Leigh), uma secretária insatisfeita que impulsivamente rouba US$ 40 mil de seu empregador e foge. Ela finalmente para no Bates Motel, onde conhece Norman Bates (Anthony Perkins), o proprietário tímido e desajeitado que mora com sua mãe dominadora na casa iminente na colina. No meio chocante do filme, Marion – aparentemente a protagonista da história – é brutalmente assassinada na agora infame cena do chuveiro.
A escolha audaciosa de Hitchcock de matar sua estrela com apenas 30 minutos de filme é apenas uma das muitas razões Psicopata é um marco na história do cinema. A polêmica cena do chuveiro ultrapassou os limites das representações de violência e nudez no cinema, sem mencionar o fato de que o filme de 1960 não tinha precedentes na representação de uma privada com descarga. A morte de Marion muda a atenção para Norman Bates, que surge como a verdadeira fonte de terror do filme. Também estabelece as bases para outra reviravolta lendária em direção Psicopatafinal de, ressaltando a psique fraturada de Norman ao revelar a verdade sobre sua mãe.